Deambulações Interiores

Na sua essência mais subtil as artes não serão muito diferentes umas das outras. Música, pintura, dança, escultura, desenho...Poderão as notas desprender-se do silêncio que há entre elas, a luz da sombra, o claro do escuro, a matéria do espírito? Se eu parar e Ouvir, com a máxima atenção e o menor esforço: o som e a ausência de som. Se eu me permitir ser o compasso e ser o pincel, a melodia e o gesto. Posso transformar o gesto em ritmo, a cor em nota e a luz em silêncio; o ritmo em cor, a nota em luz e o silêncio em gesto. Os trabalhos apresentados nesta exposição são o resultado das minhas deambulações interiores, pela música, pela pintura, pela procura da fusão de ambas no silêncio, onde repousa, livre de contradição, a unidade de onde surgem e para onde convergem todas as artes.
Lisboa, 1/05/2008.

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